
Em abril de 2022, Ana Izael participou numa sessão de formação sobre AVC no Hospital Vera Cruz Casa de Saúde Campinas emCampinas, na província de São Paulo, no Brasil. Ao contrário da maioria das pessoas que compareceu àconsultora da Angels, Karla Trevisan, sobre cuidados de AVC baseados em evidências, Ana não era médica ou enfermeira, mas sim assistente administrativa no hospital.
Ana prestou muita atenção à medida que Karla descreveu como ocorre um AVC, como o teste FAST é utilizado para detetar sintomas de AVC e a importância de levar um doente com AVC ao hospital certo no menor tempo possível. Não fazia ideia de que o conhecimento adquirido durante a sessão salvaria em breve uma vida preciosa para ela e para a sua família.
Ainda era outono em Campinas quando pouco tempo depois Ana conduziu pela cidade para visitar a sua mãe, Sra. Lazara Maria Machado Miguel. Aos 72 anos, a Sra. Miguel teve um estilo de vida ativo e independente – teve prazer em viajar e cuidar da sua casa onde vivia sozinha. Mas nesta ocasião confidenciou na sua filha mais nova que estava a ter problemas devido a problemas de estômago e dor de cabeça intensa.
À medida que as duas mulheres continuaram a sua visita, a par das notícias da família, Ana tomou conhecimento de algo estranho sobre a fala da sua mãe e notou uma fraqueza num braço.
“Face, braço, fala, tempo” foram as palavras que explodiram pela mente de Ana, enquanto ela se lembrava da explicação de Karla sobre o acrónimo FAST algumas semanas antes. Ela estava agora absolutamente certa de que a mãe estava a ter um AVC e sabia que o atraso de cada minuto poderia custar à mãe a sua independência ou mesmo a sua vida.
Com o hospital mais próximo a apenas 15 minutos de distância, Ana decidiu não ligar para uma ambulância e, em vez disso, juntar a mãe ao carro. Graças à informação que Karla tinha partilhado, sabia que o Hospital Municipal de Ouro Verde era suficientemente próximo para a sua mãe chegar dentro da janela de tratamento para trombólise, desde que não houvesse atraso no próprio hospital.
A caminho de Ouro Verde, Ana pensou no que dizer quando chegaram.
Quando chegaram ao hospital, Ana apressou-se para a receção e anunciou: “A minha mãe está a ter um AVC, inicie o protocolo de AVC!” Falou com tal autoridade que o pessoal do hospital a acreditava, e a Sra. Miguel foi internada sem demora.
Os médicos do Hospital Municipal Ouro Verde confirmaram mais tarde que a ação rápida de Ana foi o motivo pelo qual a Sra. Miguel iria recuperar do seu AVC com compromisso mínimo. Em breve conseguiu regressar a casa onde, com a ajuda de um cuidador, poderia retomar a sua rotina normal.
Partilhando a história de Ana, a consultora Karla Trevisan disse que a fez com que ela e os seus colegas tivessem conhecimento da importância de incluir todos na formação sobre AVC, e não apenas os profissionais de saúde. A maioria das pessoas que trabalha em funções administrativas e de apoio, incluindo rececionistas hospitalares, pessoal de segurança e porteiros, não tinha conhecimento sobre AVC, mas todas poderiam entrar em contacto com doentes de AVC no decorrer do seu trabalho. Equipados com conhecimentos básicos, como o acrónimo FAST e o facto de o tempo ser cérebro, também podem fazer a diferença nos resultados para doentes com AVC.

Os doentes que chegam ao Hospital Casa de Saúde Campinas VeraCruz, onde Ana trabalha, podem ter a certeza de que pelo menos um assistente administrativo está em alerta elevado para os sinais de AVC. Ela está orgulhosa, diz Ana, que o seu conhecimento poderia prevenir uma catástrofe para a família e grata que a sua participação no treino de AVC tenha ajudado a dar uma segunda oportunidade a uma vida que ela tem tão querida.