Em março de 2025, o presidente da Organização Mundial de AVC (World Stroke Organization, WSO) Prof.Jeyaraj Durai Pandian juntou-se a especialistas locais líderes para um programa de dois dias para explorar oportunidades de cooperação entre a WSO e duas sociedades locais, a Sociedade Coreana de AVC (KSS) e a Sociedade Neuroendovacsular Coreana (KoNES).
Este evento de referência foi facilitado pela Iniciativa Angels com o objetivo de promover uma ligação entre a WSO e a comunidade de AVC coreana. Tendo funcionado como uma ponte para a colaboração entre a KoNES e a KSS, a equipa Angels na Coreia também esperava que o envolvimento da WSO incentivasse os dois organismos a unir forças na luta contra o AVC.
Reuniões com o conselho consultivo de cada sociedade seguiram uma visita a dois dos hospitais mais prestigiados da Coreia do Sul, o Centro Médico Asan e o Hospital Nacional de Bundang da Universidade de Seul (SNUBH).
O AVC é a quarta principal causa de morte na Coreia do Sul, afetando 110 000 novos doentes por ano. Incidência de AVC em doentes com mais de 85 anos duplicou na última década. Embora o número absoluto de casos de AVC tenha aumentado, as taxas de mortalidade diminuíram como resultado de uma melhor gestão e tratamento.
Em contraste com a maioria dos outros países, os centros de AVC abrangentes superam largamente os centros primários: trombectomia mecânica está disponível em 77 dos 88 centros de AVC acreditados. Na reunião com a KoNES a 13 de março, uma visão geral de dez anos das tendências de tratamento para AVC isquémico agudo examinou o aumento acentuado da trombectomia mecânica. O Prof. Pandian apresentou uma revisão das diretrizes ESO para trombectomia e trombólise, bem como atualizações do Congresso Internacional de AVC realizado em Los Angeles durante fevereiro.
Em seguida, um foco nos registos de AVC considerou o potencial de cooperação entre o RES-Q e um registo KoNES ainda por estabelecer, e destacou o impacto dos Prémios WSO Angels na monitorização da qualidade dos cuidados de AVC.
O tópico final explorou diferenças e semelhanças entre os sistemas de certificação de AVC KoNES e WSO, e outras oportunidades de colaboração, incluindo uma campanha de sensibilização pública para o AVC.
A reunião com a Sociedade Coreana de AVC teve lugar no dia seguinte e abriu com uma visão geral e discussão dos sistemas de certificação KSS e WSO. Seguiu-se uma comparação dos registos de AVC KSS e WSO. Até 2024, 97 hospitais participam no Registo de AVC Coreano, cujos dados mostram uma taxa de recanalização de 16,3%, com taxas de trombectomia ligeiramente antes da trombólise. O potencial de interação do Registo Coreano de AVC com o RES-Q foi discutido juntamente com oportunidades de colaboração na investigação global através da partilha e análise de dados.
A reunião concluiu com uma discussão comparativa de estratégias de cuidados de AVC que incluíram formas de abordar variações regionais nos cuidados de AVC, reduzir os tempos porta-ao-tratamento, aumentar a consciencialização pública sobre o AVC e o papel da Iniciativa Angels.
A visita ao hospital que precedeu as reuniões mostrou a inovação e a tecnologia avançada em dois dos hospitais mais proeminentes do país. O Hospital Bundang da Universidade Nacional de Seul e o Centro Médico de Asan são frequentemente citados em classificações globais. O SNUBH é um ramo do Hospital Universitário Nacional de Seul que traça a sua história até 1885 quando, inicialmente denominado Hospital Jejung, foi estabelecido com o objectivo de modernizar a medicina no país. Hoje, o SNUHB é um dos seis hospitais na Coreia do Sul que está classificado entre os 100 principais hospitais digitais do mundo. O seu Centro de Neurociências é a primeira unidade de cuidados intensivos do país especializada em neurociências.
A visita ao hospital começou com um percurso de AVC no SNUHB, seguido de uma palestra durante a qual o Prof. Pandian apresentou a WSO, a Academia Mundial de AVC e o programa de Líderes Futuros. Em seguida, a ação foi transferida para o Asan Medical Centre, que, além de ser o maior hospital da Coreia do Sul, é o hospital universitário da Faculdade de Medicina da Universidade de Ulsan e, de acordo com a Newsweek, o 22o melhor hospital do mundo. Um hospital digital de classe mundial, o seu centro de AVC de última geração foi aberto em 2007.
Ao publicar no LinkedIn, o Prof. Pandian recordou estas visitas da seguinte forma: “Tive recentemente o privilégio de visitar dois hospitais de renome em Seul para observar os seus programas de AVC. No Hospital Universitário Nacional de Seul, encontrei-me com o CEO, Prof. Bae, e outros membros dedicados da equipa do programa de AVC. Fiquei verdadeiramente impressionado com a excelente infraestrutura do hospital e o percurso de cuidados de AVC bem estabelecido, que garante tratamentos de reperfusão atempados e eficazes para doentes com AVC. Além disso, visitei o programa de AVC do Asan Medical Center, onde testemunhei o seu compromisso em prestar cuidados de AVC excecionais. Ambas as instituições exemplificam padrões de classe mundial na gestão do AVC.”
Keonbae Cho, chefe de equipa Angels, disse que a visita do Prof. Pandian marcou um marco significativo para os cuidados de AVC na Coreia do Sul e que os resultados já estavam a afetar o panorama do AVC no país. Entre estes, a KoNES começou a explorar uma colaboração entre a RES-Q e o seu próprio registo, e a campanha de sensibilização para o AVC dos Heróis FAST será lançada em 31 escolas na cidade de Ulsan, com o apoio do Hospital Universitário de Ulsan, casa clínica do presidente da KoNES, o Prof. Chan Kwon em breve.
O KSS concordou em colaborar com a Angels para futuros eventos de sensibilização da comunidade, incluindo uma campanha online de sensibilização para o AVC no Dia Mundial do AVC. E em setembro, a KSS e a Angels irão lançar o prémio KSS 119 para reconhecer a excelência nos cuidados de AVC pré-hospitalares.
O serviço de emergência 119 tem um papel fundamental em garantir que os doentes de AVC são transferidos para os centros de cuidados de AVC certos dentro da janela temporal para o tratamento. Ao incentivar os mais elevados padrões nos cuidados de AVC pré-hospitalares, acredita-se que os prémios levarão a tempos de chegada reduzidos de doentes de AVC em hospitais e tempos de porta-ao-tratamento mais curtos.
Espera-se que estas e outras parcerias levem a um futuro mais brilhante para doentes de AVC na Coreia do Sul, e a fazer avançar os esforços globais para melhorar os cuidados de AVC.
